A paideia em platão
“Platão: o mais poético dentre os filósofos.”
Shelley
Introdução Ao longo de 70 anos, Platão, que segundo Jaeger, “não era simplesmente um filósofo, mas o filósofo” , nasceu em Atenas, 428 ou 427 a.C. , e morreu em 347 a.C. deixou suas marcas na filosofia. Tendo recebido educação clássica ateniense, foi preparado fisicamente, tanto para os jogos como para a guerra. Além disso, estudou literatura e música, tendo freqüentado os sofistas buscando possuir a habilidade retórica , que é fundamental à participação da vida na pólis, “que é o marco inicial da cultura helênica” , como era típico dos cidadãos livres. Iniciou no círculo socrático, com aproximadamente 20 anos. Tornando-se discípulo de Sócrates, Platão busca ampliar o pensamento socrático, questionando a aristocracia, pois recebeu esta formação, assim como a maior parte dos jovens atenienses, encontrando-se, portanto submetido ao modo de vida a que estava sujeito. Tomando essa posição, ele questiona os fundamentos em que estava assentada a política de sua época, tornando-se crítico da mesma. Platão teve sua vida e educação tão profundamente marcada por Sócrates, “que nada escreveu, e que, condenado à morte, perdeu igualmente a palavra. Mas Platão surge com a missão de devolver-lhe a palavra, tornando-o personagem central da maioria de seus diálogos.” Nos relatos sobre o pensamento e a vida de Sócrates, não se sabe quais são as ideias produzidas pelo mestre e quais são as de Platão, que denotam a produção de um sistema filosófico original, “além disso, essa filosofia nasce, em grande parte, do escândalo da morte de Sócrates”. Nessa interpretação, o pensamento socrático se confunde com a própria obra de Platão, já que esta apresenta Sócrates ora como um mestre, cujas lições são relatadas, ora como personagem de um mestre que divulga a filosofia platônica, conferindo-lhe vigor, “Assim, consideradas as circunstâncias históricas,