A Origen da Filosofia
Livro Convite a Filosofia
Marilena Chaui
Ed. Atica, São Paulo
No inicio do texto, lemos a seguinte frase de Pascal "O homem nada mais é que um junco, o mais frágil da natureza, mas um junco pensante". "Um junco pensante" quer dizer, que duvida, afirma, nega, conhece poucas coisas, ignora muitas, ama, odeia, quer e não quer, imagina e sente. (cf. Descartes. R., Med. III. 1). Ele é o clangor (som estridente) do universal ser. O homem é o caminho de passagem de todos os seres e qual oficina, faz surgir o mundo.
A atividade de pensar estar tão ligada ao mundo em que vivemos que facilmente se constitui em ideologia mantida para defender interesses claros ou ocultos que dela se servem. A ideologia não equivale a filosofia, a ideologia é um saber elaborado a partir de certos interesses e fechado a amplos aspectos da realidade. Ela não se transcende. Há dois tipos de ideologia: uma do porvir, outra do passado. Uma leite social decadente, que sente faltar-lhe as forças para ministrar á sociedade o establishment, o arranjo cultural herdado, endeusa em geral o passado. vê no passado o eterno o verdadeiro o bom, o nobre, o digno. A ideologia do porvir tem a mesma estrutura da ideologia do passado. Tanto esta como aquela imaginam uma situação definida e elevam a resposta nela contida a padrão de vida indiscutível. Com isso "enclausuram" o real. Não percebem sua nova doação. Em contraposição à ideologia presa as malhas de um arranjo existencial, a filosofia é pensamento aberto, é critico "situação, por que mostra que este concreto mundo visualizado e organizado não é ainda o real sonhado e o perseguido pelo homem. O homem estar tão atarefado no imediato viver, que gasta a maior parte do seu tempo e o melhor de suas energias para construir e proteger um arranjo de vida que lhe dê sensação de bem-estar e segurança material. Isso quer dizer que em geral não filosofa, não discute os pressupostos de seu