A origem dos antropos
“Quem somos nós?” Esta pergunta nos acompanha desde os tempos mais remotos. A antropologia, segundo a etimologia, é a ciência que busca conhecer o antropos, o humano.
Vemo-nos qualitativamente diferenciados dos demais seres e constituídos de uma natureza especial. Durante muito tempo nos enxergamos como feitos à imagem e semelhança de Deus. Em muitos povos, as mitologias de criação falam de seres criadores e de heróis civilizadores antropomorfizados e assemelhados aos seus indivíduos.
Quanta responsabilidade! Não só o Criador nos fez semelhantes a Ele como nos deu o poder de domínio sobre todos os outros seres vivos do planeta. Essa marca carregamos até hoje.
Somos fruto de uma evolução?
Um cientista inglês, geólogo e naturalista, ameaçou nosso lugar sobre o pedestal dos seres vivos. Charles Darwin colocou-nos na incômoda companhia de todos os outros animais. Afirmou que todos somos frutos de uma mesma evolução biológica, assemelhando-nos a nossos parentes mais próximos, os primatas. Tamanha ousadia foi imediatamente retrucada com ironia.
Passado um tempo, tendo a ciência confirmado a Teoria da Evolução e encontrado provas inequívocas da sua veracidade, uma saída foi sorrateiramente construída: “Certo, somos animais que, como os demais, participamos do processo evolutivo, mas acreditamos ser essa evolução um progresso: caminha-se do mais simples ao mais evoluído, ao mais elaborado, situando-nos na ponta superior”. Assim, nossa prepotência se manteve intacta: continuamos acima dos demais animais. Essa visão acaba justificando nosso domínio sobre o planeta. Arrogando-nos a exclusividade da razão, colocamos todo o resto à nossa disposição. Independente das maravilhas que a humanidade já fez, somos os maiores predadores que já existiram. Se ainda não destruímos a Terra com arsenais atômicos, em pouco tempo podemos acabar com a água limpa e doce, com o ar respirável, as florestas e milhares de espécies. Que superioridade é