Para se falar sobre a interpretação que Karl Marx tem da origem do capitalismo, é necessário se pensar e retomar a discussão de um dos principais nós que atam a sua teoria. A questão da sucessão dos modos de produção. Marx pensa que para se entender a história das sociedades humanas é necessário entender como estas se organizam para a sua produção de bens materiais. Neste sentido, ele se afasta de uma concepção de história mais idealista e espiritual presentes na filosofia hegeliana., Ou seja, a grosso modo, para Marx é necessário entender a organização que rege a produção da vida material, que seria responsável pela ordem e a manutenção de uma sociedade. Marx vê na história um movimento e um sentido onde, em se constituindo um modo de produção, este mesmo viria a gerar contradições internas que o levariam a sua autodestruição, autofagia, ou melhor dizendo, a sua substituição para um novo modelo produtivo subsequente. Assim sendo, ele percebe a existência dos seguintes modos de produção ao longo da história da humanidade: modo de produção escravista, feudal e capitalista. Ele ainda considera a existência de uma forma de comunismo primitivo, que antecede ao escravismo bem como a existência de um modo de produção tipicamente asiático, entretanto, não é nosso objetivo discuti-los nesta texto, até mesmo por que o próprio Marx estava preocupado com a sociedade ocidental contemporânea a ele. É interessante observarmos que nas sociedades humanas, em quaisquer modos de produção dos sugeridos por Marx, é observada uma separação da sociedade em dois pólos diametralmente opostos, antagônicos e desiguais: A infra-estrutura e a superestrutura. Na infra-estrutura estariam concentradas as classes responsáveis pela produção da vida material da sociedade, enquanto que na superestrutura estariam concentradas as classes detentoras dos poderes econômico e político, bem como a responsabilidade da produção de idéias (no caso, Marx vai chamar de ideologias no livro A ideologia