A origem da filosofia e seus fundamentos
No alto da luminosa montanha grega do Olimpo, na qual o ar era claro e transparente e onde reinava uma eterna primavera, habitava Cronos, o rei do Universo, num magnífico palácio.
Cronos, chamado Saturno pelos romanos, era filho de Géia (a Terra) e de Urano (o Céu), os quais haviam tido, antes, muitos filhos, chamados os Urânidas: doze Titãs, seis varões e seis mulheres; três Ciclopes (Brontes, Esteropes e Arges) e três Centímanos (Briareu, Cotos e Gias), que haviam sido todos precipitados pelo pai no Tártaro, para que não pudessem destroná-lo.
Cronos tomou por esposa a Réia, que se sentia muito infeliz porque tinha tido muitos filhos formosos e o cruel marido os havia devorado. Um oráculo anunciara ao feroz pai que seria destronado por um dos filhos e ele tratava de evitar essa desdita, engolindo-os quando nasciam.
A pobre mãe estava desesperada. Ao nascer-lhe um novo filho, ao qual pôs o nome de Zeus, saiu do Olimpo com o menino nos braços envolto no manto da Noite. Levou-o a uma gruta escondida na ilha de Creta e confiou-o ao cuidado das Ninfas. Depois, tranqüila quanto à sorte de seu último rebento, voltou aos altos cimos de sua régia morada e apresentou ao marido uma pedra envolta em paninhos, que ele engoliu, pensando que era o novo recém-nascido.
Titãs, Ciclopes e Centímanos.
Zeus, a quem os romanos, mais tarde, chamaram Júpiter, cresceu belo, forte e bom. Quando se tornou adulto, obedeceu ao que o Fado havia estabelecido: subiu ao Olimpo, destronou o pai e reinou em seu lugar. Mas os primeiros tempos do seu reinado foram turbulentos: ele era jovem e, portanto, inexperiente. Num momento de generosidade, pôs em liberdade os Titãs, monstros gigantescos, que, desde, muitos séculos, haviam sido encarcerados nas entranhas da Terra por Saturno. Eles, porém, em vez de ficarem agradecidos ao generoso soberano, saíram de sua morada subterrânea e, julgando-se com mais direito a reinar do que o próprio Zeus, assaltaram o