a origem afro
Diz um conto africano que antes de o mundo ser mundo existia apenas um grande vazio, um nada sem fim. Ao perceber esse vazio, Olodumaré resolveu que iria inventar o mundo, com todas as coisas que há nele: cores, bichos, pessoas, ar, tempestade... e tudo mais. Usufruir o que o mundo lhe oferecia.
Mas Olodumaré não poderia criar tudo sozinho, por isso pediu a Nanã que fizesse a lama, na qual Oxalá modelou o homem. Depois de pronto, o homem ganhou o sopro da vida e a possibilidade de usufruir o que o mundo lhe oferecia.
Essa interpretação da origem do universo e da humanidade é contada há muitos séculos por povos africanos. É uma explicação repleta de elementos sobre a relação entre o homem e a natureza.
Foi no continente africano que surgiram os grupos humanos mais antigos de que temos notícias. Hoje sabemos que as populações do Egito, por exemplo, surgiram há aproximadamente 5 mil anos e alcançaram um fabuloso nível de desenvolvimento social, econômico e político.
Conhecer a história da África é, portanto, uma excursão pelo próprio surgimento da humanidade e de seus progressos tecnológicos. A produção de ferro era realizada em algumas regiões da África, em torno de 600 a. C., por meio de um sistema de aquecimento do metal que só passou a ser empregado na Europa centenas de anos depois, no século XIX. Assim, era possível encontrar na África povos que dominavam a produção de ferro de boa qualidade para o fabrico de ferramentas, armas e objetos utilitários como facas, enxadas e machados.
Até o século XX, o continente africano não estava dividido em países como hoje. Essa forma de organização social foi imposta pelas nações europeias no processo de colonização, que ocorreu, mais ou menos, entre 1890 e 1960. Antes da chegada dos europeus, as sociedades africanas estavam organizadas de muitas maneiras. Existiam grupos nômades, reinos, impérios e pequenas aldeias, habitadas por quem tinha em comum a descendência, a fé