A onda - Psicologia das Massas e análise do Eu
O filme “A Onda” pode ser apontado como um exemplo de aplicação de algumas das teorias discorridas por Freud em seu livro: “A Psicologia das Massas e análise do Eu”. O filme descreve a experiência pedagógica – de maneira bem inusitada – levada a cabo por um professor de Ciência Política que propõe que se reproduzam, em contexto de sala de aula, as técnicas da propaganda fascista.
Eleito líder do movimento, o professor exorta à disciplina e consubstancia o poder do grupo sobre os indivíduos, recorrendo a rituais e iconografia das organizações totalitárias. Os estudantes o obedecem cegamente. A escola inteira é envolvida no fanatismo apologético do movimento “A Onda”, até que a perda do controle da experiência pedagógica, que já passou para o domínio da realidade quotidiana da comunidade escolar, faz com que o professor tenha que tomar uma posição mais radical sobre o ocorrido.
É possível, dessa forma, estabelecer relações entre a obra “Psicologia das Massas e Análise do Eu”, de Sigmund Freud, e o filme “A Onda”, de Dennis Gansel. A análise dessas obras, de fato, é um importante instrumento para fomentar a discussão acerca da formação e instinto dos grupos.
Freud vale-se da ideia de McDougall para descrever a criação de um grupo (massa) por meio aquilo que se chama “fator de organização”, a presença de algo comum aos indivíduos, um interesse partilhado num objeto, uma orientação afetiva semelhante, dentre outros.
Partindo do conceito psicanalítico de libido, sugerindo que a massa se sustenta através das relações de amor (no sentido amplo e sexual do termo). Os laços afetivos do líder parecem mais determinantes que os laços individuais entre si. E criando, assim, a ilusão de que o líder ama a todos e a cada um da mesma maneira. Claro na cena em que Tim vai à casa de seu professor para protege-lo, mas na verdade, buscando uma aproximação