A Oeste De Minas
LOURENÇO, Luís Augusto Bustamante. Livro: “A OESTE DAS MINAS – ESCRAVOS, ÍNDIOS E HOMENS LIVRES NUMA FRONTEIRA OITOCENTISTA TRIÂNGULO MINEIRO. (1750-1861)”. Capítulo: “OS PRIMEIROS TEMPOS DO VIVER URBANO.” Edição: 01, Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em geografia, Universidade Federal de Uberlândia, 2002.
Luís Augusto Bustamante Lourenço é graduado médico pediatra pela Universidade Federal de Uberlândia, Possui doutorado em Geografia pela Universidade de São Paulo e é autor de livros acadêmicos sobre geografia histórica do Triângulo Mineiro.
O capítulo aborda a temática da formação do espaço do Triângulo Mineiro (1750 a 1861), contando sua história e suas transformações desde arraial, vila até se tornar cidade urbanizada, texto ressalta quando Uberaba foi consolidada e vista como o centro da região. Além das transformações geo-espaciais, o capítulo também nos mostra a evolução da sociedade e suas técnicas de reorganização socioeconômicas e territoriais. O capítulo se dedica a análise urbana do Oeste Mineiro.
A partir do final do século XVIII, os arraiais começaram a ser fundados no extremo Oeste Mineiro, resultante do esforço das oligarquias rurais, pela formação de patrimônios religiosos. Funcionava da seguinte maneira: Um grupo de fazendeiros vizinhos doava pedaços de sua terra ao patrimônio de um santo e erguiam uma capela tentando assim, conseguirem a benção do vigário da freguesia. Essa benção se tratava do reconhecimento da existência daquele povoado, com identidade social e territorial. O arraial desempenhou duplo papel, segundo Lourenço: “era o elo entre a comunidade e o Estado, por meio das instituições eclesiais, e ao mesmo tempo o núcleo no qual ela reforçava seus laços e reproduzia sua identidade”. Também era o local onde a comunidade conseguia obter artigos importados, que não eram produzidos pela economia local. Ao redor da capela, o vigário cedia lotes à população pobre, que não tinham