Resenha: A Oeste das Minas
Os primeiros tempos do viver urbano
LOURENÇO, Luís Augusto Bustamante, A oeste das Minas – Escravos, índios e homens livres numa fronteira oitocentista Triângulo Mineiro (1750-1861), Edição 01, Instituto de Geografia, Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal de Uberlândia, 2005.
Luís Augusto Bustamante Lourenço
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (1989) e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (2007). Médico pediatra da Universidade Federal de Uberlândia. Professor do ensino médio na área de Ciências Humanas, com ênfase em Geografia Política e História do Brasil. Autor de livros acadêmicos sobre história e geografia histórica do Triângulo Mineiro.
Os arraiais sertanejos
Os arraiais que surgiram no Triângulo Mineiro foram resultados da iniciativa de fazendeiros e da formação de patrimônios religiosos. Pelo que foi observado por alguns naturalistas e historiadores, a aglomeração urbana surgia em torno de uma igreja edificada e esta era construída em terras doadas por proprietários de terras da região.
Este arraial que surgia podia ser caracterizado por dois pontos: era o elo entre a comunidade, criando laços sociais e sanguíneos entre os moradores. Era também o elo de um povo com o Estado, tomando um caráter de bairro. Além disso, também desempenhava um importante papel na relação entre classes do meio rural, pois a convivência diferentes pessoas que então decidem dividir a mesma área para moradia, fazia com que laços de amizade, casamento e apadrinhamento se tornassem mais comum.
A igreja, nestes arraiais também não tinha apenas a função religiosa. Em seus eventos realizados no adro tais como festas e batizados, acontecia a pratica de venda e compra de artigos. Como estes acontecimentos traziam mais gente para o arraial, era possível adquirir artigos não produzidos no local e vender artigos que não eram encontrados em outros locais.