A ocupação da várzea do rio Tietê está vinculada à história da urbanização de São Paulo
A implantação das ferrovias foi um dos fatores determinantes da estruturação da cidade de São Paulo e seu entorno imediato, hoje região metropolitana. Por procurarem áreas planas e ainda sem adensamento construtivo, elas foram implantadas ao longo das várzeas dos rios da cidade, e a partir daí atraíram as indústrias.
Segundo Nunes (2004):
“Depois da implantação das ferrovias, as duas maiores intervenções realizadas na várzea foram a retificação do rio e a abertura do sistema viário paralelo às suas margens, as chamadas avenidas marginais. Ambas estenderam-se por mais de quatro décadas, mas os planos e projetos, assim como os procedimentos administrativos desenvolveram-se num período que vai desde os fins do século XIX até a década de 70 no século XX.
” ( pág.77).
Pode-se dividir o período citado em três fases distintas: a primeira corresponde à elaboração de projetos de retificação do rio e saneamento da várzea, de 1894 a 1930; a segunda, das obras de retificação do rio, que se estendem desde 1930 até 1954 e a terceira, da implantação das vias marginais, finalizadas apenas no início dos anos 1970.
Cada fase está inserida num contexto urbano, social e político, e as ações públicas e privadas são consequência direta desse contexto. Assim, os projetos desenvolvidos desde fins do século XIX para retificação dos rios e saneamento das várzeas, estão relacionados ao urbanismo higienista que se preocupava com a eliminação dos focos de doenças (os esgotos domésticos e industriais eram despejados no rio Tietê e sua pouca declividade e grande sinuosidade impediam o escoamento, gerando focos de contaminação da população, sobretudo de cólera e varíola).
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