A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
Walter Benjamin
Filósofo, sociólogo cultural, tradutor, crítico literário e ensaísta alemão de origem judaica, Walter Benjamin se concretizou, com bases no marxismo, um dos mais importantes pensadores modernos. Embora não tenha conseguido consagrar de fato seus escritos em vida, o fez através da edição realizada por Theodor Adorno, seu companheiro integrante da Escola de
Frankfurt.
Como um bom frankfurtiano e em razão de suas bases acadêmicas, Benjamin abordava, de forma altamente característica, temas como a arte, as técnicas, a vida social, o materialismo, dentre outros.
Além de basear-se nas doutrinas de Karl Marx, foi profundamente influenciado pelo idealismo de Hegel e a vertente mística do judaísmo de Gershom Scholem, ou seja, a cabala.
Combinando sua visão histórica de arte e sociedade à sua fiel defesa da integridade artística, o filósofo alemão teve como principais obras publicadas: A Tarefa do Tradutor (1923),
Teses sobre o Conceito de História (1940) e a inacabada Paris, Capital do século XIX.
Entretanto, destacou-se notoriamente com o seu ensaio: A Obra de Arte na Era de Sua
Reprodutibilidade Técnica (1936) contido em Magia e Técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura - Obras Escolhidas, Vol. 1. 7ª edição. São Paulo: Brasiliense,
1994 (págs. 165 a 196).
Essa obra expressa, de forma totalmente crítica, o pensamento de Walter Benjamin – contrariando até mesmo a opinião de outros pensadores de Escola de Frankfurt - em relação à reprodução técnica de obras de arte. Arte essa que, genericamente, consiste na expressão ou criação de obras de maneira criativa, uma arte de significados e objetivos, que nasce para ser contemplada. Aparentemente pode-se pensar que ele é completamente contra a “cópia” dessas obras, mas não: ele defende sim a propagação, a multiplicação, mas não de forma banal. O defendido por Benjamin é a preservação da originalidade