A nova desordem mundial
Segundo os autores do livro, os geógrafos Rogério Haesbaert e Carlos Walter Porto-Gonçalves, os conceitos básicos de estudo da geografia vêm mudando por causa de uma série de acontecimentos que, nos últimos 15 anos, alteraram os rumos da humanidade. Para eles, o melhor exemplo para representar essa reformulação mundial seria o fato de que, enquanto as torres gêmeas do World Trade Center foram derrubadas nos Estados Unidos em 2001, as torres Petronas permanecem firmes em Kuala Lumpur, capital da Malásia, o que, de forma simbólica, revela a ascensão de um novo poder no Oriente. A tarefa de reorganizar as regiões do planeta em função dessas mudanças para fins de estudo torna-se então o grande desafio da geografia pós-moderna.
Haesbaert e Porto-Gonçalves afirmam no livro que a hegemonia do Ocidente e o pensamento moderno são incompreensíveis sem o conceito de colonização. No entanto, o mecanismo de exploração da Ásia e da África iniciado pelos europeus com a expansão marítima e comercial mudou a partir da Primeira Guerra Mundial. A busca por novas fontes de matéria-prima e mercados consumidores impulsionada pelo imperialismo gerou uma nova ordem, encabeçada pela Europa, pelos Estados Unidos e pelo Japão. Enquanto o comércio internacional crescia no início do século 20, a África, a Ásia e a América Latina viviam devastações ecológicas e sociais, por causa da nova divisão internacional do trabalho, que atribuiu aos países “centrais” a