Novos e velhos tempos configuram uma complexa e nova geografia do mundo nos acontecimentos dos últimos quinze anos de história. O cair, recuar de alguns símbolos não vem se configurando em nenhum retrocesso no espaço planetário. Quando um se dissolve, outros se materializam e reafirmam seu poder. Nesse processo, avançar sugere retrocessos, união, fragmentação, ordem e desordem. Assim, os autores tentam desvendar o jogo geográfico entre essa dicotomia mundial, ordem e desordem entendendo que as redes globais e os territórios nacionais servem para unir e para fragmentar o mundo, mas que também poder melhorar as condições da vida humana. Infelizmente, verifica-se que o mundo inteiro anda mergulhado em valores individualista-consumista, num mercado de trabalho com acentuada desigualdade e exclusão sócio espacial, sugerindo uma resistência como defesa, pela organização de novas redes. Surgem os que defendem as causas ecológicas, indígenas, oprimidos de toda sorte porque acreditar poder contribuir com uma reflexão intelectual embasada em uma reorganização do espaço mundial integrado, tanto na dimensão concreta, político-econômica, quanto na sua dimensão simbólica, cultural-identidária que claramente está focalizada nessa nova des-ordem mundial. A invenção européia de organização do espaço geográfico em Estados, com fronteiras, territórios, longe de ser um produto “natural” se generalizou no mundo reforçando o colonialismo e o imperialismo formando o “sistema-mundo moderno-colonial”. A sociedade, não podendo escapar da dimensão territorial porque o território representa abrigo e proteção e no caso do homem se apresenta em sentido duplo: simbólico e material, então, passa a viver num sistema-mundo moderno-colonial, e não simplesmente num mundo moderno. Os europeus, por considerar-se mais avançado em relação a outros povos, reduziram as diferentes temporalidades do mundo ao seu tempo próprio, ao seu relógio com a crença de que seria universal.