A (no) participação dos pais
Neste texto, Sá (2002) opta por fazer uma breve concetualização do termo "participação" antes de problematizar o tema da participação dos pais na organização escolar. Mostra assim que, para abordar este tópico, devemos ter bem claro o conceito, uma vez que este não é totalmente estrito. Ao longo do texto o autor demonstra que a temática da participação dos pais não deve ser vista apenas aos olhos do senso comum, uma vez que a não participação dos pais na escola não tem uma relação tão linear com o seu suposto desinteresse. Neste artigo o autor aborda as seguintes problemáticas: o conceito de participação, a não participação e o desinteresse (falando mais especificamente da não participação passiva à não participação activa e da não participação originária). A problemática da participação nas organizações, apesar de não ser uma questão surgida agora, mantém um forte carácter de atualidade. Para a compreendermos é necessário termos presente a pluralidade do conceito de participação que, segundo Correia (citado por Sá, 2002), se evidencia pelo seu "caráter sedutor e enganador" (p. 134). Este conceito tem, por um lado, uma "dimensão apelativa e conotação positiva" (Sá, 2002, p. 134), e por outro um "caráter difuso e ambíguo". Devido às ambiguidades deste conceito, o autor propõe uma clarificação do mesmo. Machado (citado por Sá, 2002) distingue diversos níveis de participação referindo que esta pode ocorrer na preparação da tomada de decisão, na tomada de decisão e na execução dessa mesma decisão. No entanto, para o autor, não basta ter em conta o momento em que ocorre a participação, mas também "a proporcionalidade da representação e a substância da própria participação" (p. 135). Ainda assim, estes não chegam para captar todas as dimensões da participação, apresentando o autor o modelo teórico-conceptual proposto por Lima, que assenta nos critérios da