A NATUREZA DAS MODALIDADES ORAL E ESCRITA
INTRODUÇÃO
Que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades estanques, apesar de apresentarem diferenças devido à condição de produção, é um fato incontestável. Contudo, há particularidades de outras ordens que as tornam modalidades específicas da língua.
Tais particularidades são, de fato, elementos exclusivos de cada uma delas, como a gesticulação, por exemplo, na linguagem oral, e a reedição de texto, com apagamento do texto anterior, na linguagem escrita.
Certamente, as pessoas não escrevem exatamente do mesmo modo que falam, uma vez que se tratam de processos diferentes. Essas diferentes condições de produção para usos de diferentes intenções propiciam a criação de diferentes tipos de linguagem, que se agrupam nas duas modalidades da língua.
A LINGUAGEM ORAL E A LINGUAGEM ESCRITA,
SEGUNDO CHAFE
Chafe afirma que as pessoas não escrevem do mesmo modo que falam em cuja concepção a linguagem escrita não passa de uma reprodução da linguagem oral.
Alguns fatores são responsáveis pelas diferenças entre linguagem oral e linguagem escrita: o contexto, a intenção do falante ou do escritor e o tópico do que se diz ou escreve.
Focalizando o modo de os falantes e escritores selecionarem as palavras ou estruturas para expressarem suas idéias, observou que a escolha dos falantes é rápida, enquanto a dos escritores é lenta, por terem mais tempo para reproduzi-la e revisá-la. Com isso, a linguagem escrita tende a ter um vocabulário mais variado e de conveniência do usuário.
A escolha lexical também proporciona ao usuário a exibição de um estilo próprio e o controle do grau de formalismo e coloquialismo de suas produções discursivas. Do vocabulário, um conferencista seleciona palavras e expressões que possam conferir ao seu texto um caráter mais ou menos formal, como o faz um escritor de uma carta, para dar ao seu texto um caráter mais ou menos coloquial. A esse respeito, a distinção entre fala e escrita não se faz