A Música e O Cérebro - Por Tuna -

Há muito tempo venho acompanhando com um certo tédio e preocupação a constante degradação do espaço disponível nos meios de veiculação da mídia para a boa Música em favor de algo pior que o ruim. De certa forma, isso não me surpreende, e no entanto sempre tive aquele resquício de esperança quando via algum grupo ou músico bom tendo espaço na mídia. Nos últimos tempos, entretanto, isso não só tem se tornado cada vez mais escasso, como tenho visto que o fantasma da música ruim se desenvolveu em algo pior: a ameaça da música danosa, aquele tipo de música que não só é horrível como influenciará na formação de milhares de cabeças que seriam pensantes na nossa sociedade por anos e anos por vir, servindo a propósitos puramente mercadológicos!
Para quem não é músico, ou é muito desligado, ou não quer ver, ou já foi influenciado pela mídia, vale aqui uma breve explicação. Há algum tempo, enquanto trabalhava em um programa de rádio, resolvi fazer uma matéria sobre as diversas influências benéficas da música, entre elas sua importância no desenvolvimento de crianças em idade de formação, a forma como o cérebro de determinados tipos de músicos se recupera mais rápido de certos tipos de danos, e como mais áreas do cérebro ficam ativas do que nas pessoas normais quando ele toca. Acabei descobrindo muito mais coisas do que esperava naquela pesquisa, que acabou também se tornando bem mais longa e estranha do que tinha calculado.
Vamos examinar alguns dos fatores benéficos da música: primeiro com relação às plantas. Depois de exaustivas pesquisas, alguns cientistas descobriram que plantas crescem mais saudáveis quando expostas à música do que em silêncio. Descobriram também que na verdade não é só isso: o tipo de música também influencia no crescimento, de modo que determinados tipos de música (por exemplo Mozart) fazem com que elas floreçam mais e mais rápido, e outros (por exemplo Punk) fazem com que elas jamais alcancem seu potencial máximo. Isso se deve em parte às