a música em nossa vida

A música em nossa vida

(“There are places I’ll remember all my life, though some have changed”)
“Existem lugares dos quais me lembrarei toda minha vida, embora alguns tenham se modificado”. Estes são os primeiros versos de In my life (Na minha vida), música da dupla Lennon & McCartney, gravada pelos Beatles no álbum Rubber Soul, de 1965. Poucas pessoas resistem à sua força melódica, pelo menos no ocidente e veremos logo o porquê. Desde o que foi lançada “In My Life” foi considerada um “clássico”, o que no fundo significa atemporal. Os avós de quem está lendo poderiam tê-la escrito assim como ela poderia ter sido composta hoje. A canção é notadamente construída por John Lennon, embora Paul McCartney jure que tenha contribuído substancialmente. Como ambos assinavam o que quer que compusessem, resta apenas a palavra do baixista. A montanha de livros dedicada aos Beatles concorda que Lennon falava do passeio em Penny Lane, onde os componentes da banda passavam o tempo quando adolescentes, quando se refere a um lugar que nunca esqueceu mas que mudou muito. E assim segue, falando de pessoas, sentimentos e coisas que se foram. Como ele não nomeia esses itens, cada um dos milhões (bilhões) de ouvintes da canção projeta a sua própria vida na letra. Daí o sucesso.
Mas voltando à melodia, In my life lembra soul music negra americana e, curiosamente, tem um momento instrumental parecido com uma peça para cravo. Com a lupa da história ficamos sabendo que na verdade esse teminha foi escrito e executado ao piano pelo produtor da banda, George Martin, que o acrescentou à música já gravada em velocidade acelerada, o que fez com que tivesse um som parecido com o instrumento antigo. Nada mais atemporal, não? Quando foi dito que a música é irresistível para os ocidentais, isso se refere ao fato de que “música”, ou seja ordenação de sons com a finalidade de comunicação, não é igual em todo mundo. Músicas japonesas, por exemplo, soam desafinadas para nós e a recíproca deve ser