A mulher na Sociedade Grega
I – O ESTATUTO DAS MULHERES
A condição da mulher na Grécia Clássica é resumida por um grego contemporâneo do seguinte modo:
“Na antiga sociedade grega as mulheres eram privadas de direitos civis e não eram autorizadas a implementar nenhum transação, em nome próprio, elas não podiam nem possuir, nem comprar ou vender propriedade.”
Apesar da Civilização Grega ser tida como a mais gloriosa de todas as civilizações antigas, a mulher, durante o decorrer desta Civilização, era menosprezada moral e socialmente, e não tinha quaisquer direitos legais. Não podia ter os mesmos direitos que os homens, nem realizar as mesmas funções. Era considerada como um ser inferior quase um símbolo de fraqueza.
Nesse sentido e segundo o estudioso Michael Grant :
“Na vida pública elas [as mulheres] não desempenhavam nenhum papel. (...) Nas cidades-estado em geral as mulheres nunca detiveram cidadania, nunca ocuparam postos, e não participaram abertamente de actividades políticas, como em todas as outras civilizações, desde o início dos tempos. Privadas de controlar até seus negócios e interesses pessoais, as mulheres gregas estavam, juridicamente falando, sob a tutela do homem, e não gozavam do direito de obter ou dispor propriedade”
Ou seja, a mulher grega não era sequer entendida como cidadã, mas apenas filha de cidadão, título apenas atribuído ao homem.
A população das cidades gregas não era totalmente constituída por cidadãos. Os cidadãos de pleno direito eram todos os homens adultos livres. Assim, as mulheres, as crianças e os escravos eram considerados membros da família, só por via indirecta é que eram membros da cidade, por ser essa sua pátria; entretanto, não faziam parte do domínio público, porque, segundo os homens, não faziam parte do género de coisas que constituem a vida pública. Discutir temas polémicos, política ou filosofia não era permitido às mulheres, pois seu lugar era dentro de casa, e até aí era suposto ser