A morte tancredo Neves
Quando a emenda constitucional que propunha eleições diretas para presidente foi rejeitada pelo Congresso Nacional, em 1984, um dos líderes do movimento que incendiara o país em defesa do voto livre sentiu que chegara sua hora. Mesmo tendo de concorrer no Colégio Eleitoral composto em sua maioria por deputados e senadores do governista Partido Democrático e Social . Tancredo Neves lançou-se candidato pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, de oposição. Venceu em 15 de janeiro de 1985, data que simboliza o fim de mais de vinte anos de ditadura militar.
Na hora da disputa no Colégio Eleitoral, para bater seu adversário, o paulista Paulo Maluf, Tancredo Neves teve de se acertar com setores governamentais hostis à candidatura situacionista, como o maranhense José Sarney, que abandonou a presidência do PDS, carregando consigo uma dissidência numerosa de parlamentares. Seu grupo fundou o Partido da Frente Liberal, enquanto ele se filiava ao PMDB para se tornar o vice na chapa do mineiro, ajudando a assegurar a vitória.
“ 21 de abril de 1985, morre Tancredo Neves”
O preço dessa costura política foi o descaso com a própria saúde. Tancredo sabia que estava muito doente, mais também sabia que os órgãos de inteligência “patrulhavam” sua vida e, por isso, evitou submeter-se a exames, ele temia que o presidente João Figueiredo não transmitisse o cargo a Sarney. Por isso, resolveu aguentar firme até a posse: "Depois façam de mim o que quiserem", dizia aos médicos.
No fim de janeiro de 1985, uma semana após a vitória no Colégio Eleitoral, Tancredo Neves partiu para uma viagem de 15 dias pela Europa, Estados Unidos e outros países. Na volta da viagem, já corriam rumores sobre a saúde do presidente.
Ao ser internado na noite de 14 de março no Hospital de Base de Brasília, para a retirada de um tumor que se rompera em seu abdome, só assinou a autorização para a cirurgia após obter a garantia oficial de que o vice estaria em seu lugar no dia