A modernização da agricultura nas áreas de Cerrado em Goiás (Brasil) e os impactos sobre o trabalho
A modernização da agricultura no Planalto Central brasileiro, alterou profundamente a dinâmica do trabalho, expressando uma nova processualidade, assim como um novo desenho societal na relação cidade-campo. Com a modernização conservadora da agricultura ocorreu uma diminuição significativa da oferta de trabalho rural na região Centro-Oeste, principalmente no Estado de Goiás, pois em 1985, segundo informações do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os trabalhadores rurais somavam 616000 e uma década depois se situavam em torno de 472000, o que demostra as mudanças no trabalho rural após a adoção das inovações técnicas e tecnológicas.
As políticas governamentais voltadas para o crescimento agrícola nas áreas de Cerrado, tinham como objetivo a produção de commodities para exportação, equilibrando a balança comercial brasileira e, paralelamente, ocupavam o oeste brasileiro, atendendo á dinâmica e ás necessidades de mobilidade do capital nacional associado ao capital transnacional. As tradicionais áreas de Cerrado-extensos chapadões com topografia plana, até então pouco utilizados, passam a ser intensamente aproveitados, devido á disponibilidade de capitas de recursos técnicos de tecnologia e de apoio na construção de infraestrutura pelo Estado brasileiro, como forma de viabilizar os interesses do capital privado nacional e transnacional.
A ocupação racional e indiscriminada das áreas de Cerrado reforçou o poder político e econômico das elites conservadoras, a partir das empresas rurais, do Estado e das transnacionais impulsionadas pela agro industrialização, estimulada pela reestruturação produtiva do capital mundializado a incorporação do progresso técnico-cientifico significou a adoção do progresso das técnicas capitalistas de produção como um dos elementos de dominação do capital sobre o trabalho. Através das investigações apreendemos que,