A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO EM GOIÁS
A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO EM GOIÁS: transformações socioespaciais do século XVIII ao XX
Estevane de Paula Pontes Mendes - Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão Núcleo de
Estudos e Pesquisas Sócio-Ambientais (NEPSA).
Endereço eletrônico: iemendes@ibest.com.br
Resumo: No Brasil, a região Centro-Oeste é a única em que o peso da agricultura patronal é preponderante sobre o número de estabelecimentos do tipo familiar. A singularidade dessa realidade socioespacial é resultado das características do seu processo de povoamento e colonização. Em
Goiás, a primeira fase iniciou-se com sua incorporação ao chamado sistema colonial (1726-1770), tendo como atividade principal a mineração. No início do século XIX, as migrações das populações decadentes de Minas Gerais e do Nordeste brasileiro incrementaram o sistema agrícola e comercial da região. A economia agrícola surge como um regime de transição entre a economia mineradora e a economia de exportação pecuária. Este artigo tem por objetivo investigar as especificidades regionais promovidas pela inserção agropecuária no circuito comercial inter-regional, decorrente da colonização agrícola nacional de Goiás, enfatizando as transformações socioespaciais caracterizadas pela dinâmica desse processo. O estudo procura mostrar, a partir da Lei de Terras, que o desenvolvimento do meio rural pela modernização da agricultura no Estado goiano, assim como no Brasil, acentuou a concentração da propriedade fundiária e da renda. O resultado desse processo foi ainda mais agravante para a agricultura estruturada no trabalho familiar. Para a execução do trabalho, além da revisão da literatura regional, contou também com as fontes de dados secundários sobre o
Estado de Goiás. Verifica-se que a ocupação histórica de Goiás se deu pela expansão de grandes fazendas para a criação extensiva de gado bovino, com baixo aproveitamento econômico das terras, que foram sendo esfaceladas pela cadeia vintenária. Recentemente,