*****A modernidade filosofica***********************************************************************************************************************************************************************************************************************
Celso José Martinazzo
Nesta pesquisa reconstruímos parte da história dos modelos de racionalidade filosófica e pedagógica da modernidade procurando estabelecer os vínculos existentes entre o discurso filosófico e a práxis pedagógica. A leitura hermenêutica recorrente desse período nos permite compreender as premissas filosóficas e pedagógicas ainda hoje condicionantes do processo educacional. A modernidade promove o chamado giro antropológico e epistemológico e se estrutura sobre o princípio da subjetividade. A subjetividade expressa, via de regra, a visão cartesiana de sujeito racional, pensante e consciente, referência, centro e produtor do conhecimento. A modernidade ao legitimar esse discurso filosófico procurou forjar, igualmente, um discurso pedagógico que o concretizasse. As teorias pedagógicas trazem para o campo das práticas educacionais os chamados fundamentos do iluminismo racionalista e empirista. Nesse sentido, a modernidade se caracteriza por essa indissociável sintonia entre os dois discursos.
Palavras-chave: modernidade, filosofia, educação.
Os Pressupostos Filosóficos da Modernidade: A Centralidade da Subjetividade
A modernidade, compreendida na sua dimensão filosófica e pedagógica, produz uma virada paradigmática profunda em relação à racionalidade dos períodos antigo e medieval.
Segundo Habermas (2000, p. 8), Hegel referia-se a “novos tempos” e “tempos modernos” aos indicadores de um “Novo Mundo” determinado pelo Renascimento e pela Reforma, consolidado pela Revolução Francesa e pelo Iluminismo e, nesse sentido, “[...] foi o primeiro filósofo que desenvolveu um conceito claro de modernidade”. Para Santos (1999, p.136), embora, o humanismo renascentista tenha significado “a primeira afloração paradigmática da individualidade como subjetividade [...]” são os acontecimentos-chave históricos da Reforma, Revolução Francesa e Iluminismo