A modernidade de Paris
A construção das novas ruas e edifícios (financiados por diversas entidades privadas (bancos) ) deu-se rapidamente e trouxe consigo comércio de luxo, lazer e entretenimento. O teatro parisiense era bastante frequentado e trazia multidões às grandes avenidas uma vez que as pessoas, antes e depois do teatro, passeavam, tomavam café, etc. Os cafés e restaurantes passaram a ser cada vez mais frequentados (1830’s e 40’s) e, para além de locais de lazer, passaram também a ser locais para encontros de negócios . Quanto ao comércio houve também um aumento no consumo, sobretudo nos objectos de luxo. Este aumento está presente no exemplo do autor, onde este diz que o ano novo (altura de festejos) passa a ser um motivo para gastar (devido à troca de prendas). Porem não podemos dizer que foi aqui que nasceu o consumismo e nem que foi aqui que o consumismo passou a caracterizar a sociedade, podendo no entanto afirmar que este teve um papel importante na criação de um Paris moderno, já que o mercado de lazer e de luxo estão, de certa forma, associados ao edifícios recém-construídos. Esta cultura de consumo foi sendo transformada pelas novas tecnologias de venda que tinham como objectivo aumentar o contacto visual do comprador com os produtos. Assim apareceram bazares, grandes superfícies comerciais, vitrines que, quando combinados com espelho, intensificavam esse contacto visual . As recém criadas avenidas, cobertas com arcadas (que eram símbolos de modernidade e conforto capitalista parisiense) e rodeadas por lojas eram um paraíso para a população burguesa e pelas mulheres em particular, uma vez que se encontravam livres de trânsito, mendigos ou vendedores de rua. Também interessante é a forma como a organização espacial destas avenidas estimulou uma série de relações entre a passear, o olhar e o adquirir, transformando assim o consumismo num ritual cultural. Paris, tornou-se uma sequência de espetáculos induzida pelo prazer de