A MISÉRIA DA FILOSOFIA KARL MARX

“...Proudhon se propõe a explicar, antes de mais nada, a dupla natureza do valor, a “distinção no valor (TOMO I), o processo que converte o valor de uso em valor de troca. Convém que, com Proudhon, nos detenhamos diante deste ato de transubstanciação. Eis como este ato se realiza., segundo nosso autor.” Pág33

“... como se vê, o “método histórico e descritivo” de Proudhon serve para tudo, responde a tudo, explica tudo; e mais ainda: se trata, sobretudo de explicar historicamente a “gênese de uma idéia econômica”, ele se supõe um homem que propõe a outros homens, seus colaboradores e funções diversas, realizar esse ato de descrição e já está tudo dito.” Pág36

“... depois de haver estabelecido a equação de valor de troca e de raridade, o valor de uso e a abundância, Proudhon fica espantado por não encontrar nem o valor de uso na raridade e no valor de troca, nem o valor de troca na abundância e no valor de uso; ao ver que a prática não admite esses extremos, não pode fazer outra coisa senão acreditar no mistério. Pra ele existir um preço estimável porque não há compradores e nunca os encontrará enquanto fizer abstração de procura.” Pág 39

“.. a luta não se estabelece entre a utilidade e a opinião: ela se estabelece entre o valor venal que procura aquele que oferece e o valor venal que oferece aquele que procura. O valor de troca do produto é sempre a resultante dessas apreciações contraditórias.” Pág 41

“... o produtor, a parti do momento em que produziu, no interior de uma sociedade fundada sobre a divisão do trabalho e as trocas, e esta é a hipótese de Proudhon, vê-los forçado a vender. Proudhon considera o produtor como dono dos meios de produção; mas concordará conosco que não dependem do livre arbítrio.” Pág 42

“... o que equivale dizer que a troca é apenas uma “forma cerimonial” para pôr frente a frente o consumidor e o objeto de consumo, é o mesmo que dizer que todas as relações econômicas são “formas cerimoniais” para servi de intermediário