A Milésima Segunda Noite - Cristina Costa
Estudar as questões estéticas da telenovela, esta é a preocupação (e motivação) que Cristina Costa tem para escrever o livro “A milésima segunda noite”.
E ao aprofundar seu estudo, ela se viu na necessidade de entender as manifestações da cultura popular, as formas de expressão da narrativa e também viu a necessidade de adaptar uma metodologia de leitura estética desenvolvida no estudo da pintura. É a partir destes pontos que ela inicia sua incursão, utilizando a história de “As mil e uma noites” como exemplo em diversos momentos.
A autora Cristina Costa apresenta seu referencial teórico, apresentando o desenvolvimento do pensamento sociológico e de estudo da linguagem artística e científica. Apresenta também o conceito de fenomenologia, que norteia sua pesquisa. Ela destaca a importância da linguagem e do imaginário no desenvolvimento da cultura humana, que estabelece regras de convívio entre as pessoas, gerando um comportamento não-natural, o qual nos distancia definitivamente dos animais
“não-pensantes”. A medida que a cultura fica mais complexa, como explica Cristina
Costa, “os processos psíquicos, cognitivos e comunicativos do homem, estes passam a intermediar as relações do homem com a realidade, e a se constituir na forma como ela a vivencia. São, portanto, processos culturais que permitem ao homem distinguir mundo e reconhecer-se nele” (p.35).
A autora fala da importância da narrativa para a sociedade e para as pessoas de uma maneira individual e ainda sobre a questão do tempo, da temporalidade. As narrativas são metáforas da vida, e podem ser de científicas ou artísticas. As narrativas são, ainda, uma necessidade do ser humano em entrar em universos paralelos, guiados pela ficção.
O texto das Mil e uma noites, é um exemplo de narrativa que permeia as diferentes culturas, por conta do poder de identificação com os elementos da história, da curiosidade que o “gancho”,