A mesma dor ainda d i

31 de março de 2050.
A mesma dor ainda dói, é insuportável imaginar que depois de uma noite mal dormida ainda tenho que acordar de manhã. Essa semana não tem sido fácil, todas as coisas vêm acontecendo de uma forma absurdamente estranha, é bem estranho mesmo eu nunca usei a palavra absurdamente em uma frase escrita, bom você me conhece sabe que não. Mas também venho tendo aquelas visões, como quando você estava aqui, parece que o que esta pra acontecer vai ser pior do que imaginávamos. Como eu precisava de você aqui, as noites vêm sendo uma mais curta que a outra, não aguento mais mentir, Você sabe que eu odeio mentir, essa necessidade de ninguém saber quem somos vai acabar me endoidando, toda noite tento fazer algo diferente e me afastar o possível deles, mas eles. Quanto mais me escondo mais fácil parece me achar, não sei se vou conseguir terminar isso. Você poderia fugir daí e vir me ajudar, pois todas que vem não aguentam, eles estão pegando pesado, e um dia esse meu escudo vai quebrar. As visões têm sido cada vez mais assustadoras, elas dizem que não adianta me esconder ou mandar alguém me proteger, eles vão me achar, e que meu destino é outro, mas eu não quero nenhum destino eu quero só. Nem eu sei o que eu quero, você sempre diz o que eu quero, sei que sou a esperança dos seus filhos, mas e se você estiver enganado. Bom, agora tenho que mentir mais um pouco. Mas prometo que escrevo assim que possível, pois até as cartas vem sendo vigiadas.
15 de abril de 2050
Mais um dia se passou, a dor incessível me atormenta, acho que você não esta mais recebendo as minhas cartas, noite passada enquanto andava pela cidade escutei passos, não consegui identificar, pois quando eu parei eles pararam, devem ter ficado amedrontados. Não vejo nenhuma resposta, nada nem um sinal, às vezes acho que você me abandonou como antes, é difícil viver sozinha e com medo. Não tenho medo de morrer, mas de não conseguir, às vezes acho que ele escolheu errado a pessoa para colocar essa