A Menina que Roubava livros
Sempre pensei nesse livro dessa maneira. Na verdade, nem sabia sobre o que era o livro. Achei que era sobre alguma coisa leve e reflexiva no estilo Pequeno Príncipe em versão mais madura. Ledo Engano.
O livro, publicado em 2007 no Brasil pela editora Intrínseca, foi escrito pelo autor Markus Zusak. Mas eu me atrevo a dizer que ele é um poeta.
Em resumo, é um romance sobre a vida de uma menina, tentando viver sua infância pobre no meio da Alemanha nazista – antes e durante a 2º Guerra mundial. E esse romance é narrado pela Morte.
O mais incrível é que apesar da narradora, o livro não possui nenhum tipo de conteúdo sobrenatural ou fantástico. A parte referente à morte aumenta a profundidade da coisa toda porque faz as reflexões que em outro narrador seriam forçadas ou pediriam maiores explicações. Mas o simples fato de considerar a Morte como uma entidade nos leva a supor toda sua história através das eras e julgar seus argumentos como fruto da experiência de um imortal muito, muito velho.
E assim o livro começa: com a morte se apresentando.
Ela então apresenta algumas considerações sobre si mesma e a humanidade e se prepara para começar a falar de uma humana em especial que, como raros, chamou sua atenção. Ela se refere a menina como “A roubadora de livros” e vai explicando as coisas sem linha de tempo. Não se trata de fazer flashbacks – isso é diferente – é mais como uma história contada em paralelo, dando a real sensação de alguém contanto sua experiência sobre uma época antiga de sua vida.
Não existe suspense. Logo no início fica claro quem (e às vezes, quando) vai morrer – antes mesmo da história começar. Então vem o início da saga de uma pequena menina de quase 10 anos à caminho de um lar adotivo com seu irmão.