A Luta pela terra no México
Terra, justiça e liberdade no México Em 1910, o México vivia sob uma ditadura de mais de 30 anos e tentava se adaptar a um surto capitalista que em poucas décadas transformara profundamente o país. No poder desde 1876, o general Porfírio Díaz havia aberto a economia aos interesses internacionais em um processo que favoreceu os grandes latifundiários e prejudicou a maior parte da população mexicana. Em nome do progresso, o ditador havia feito do México uma terra de oportunidades para investidores estrangeiros, principalmente americanos e britânicos, que passaram a explorar os recursos naturais do país por meio de empresas de mineração, de grandes fazendas e de uma nascente indústria petrolífera. Bancos e ferrovias se espalharam pelo território nacional e uma parte da elite local celebrou a entrada do México no clube dos países modernos. A esmagadora maioria da população, no entanto, não ficou muito feliz com a política econômica de Díaz. Em todo o país, o descontentamento era grande entre indígenas e camponeses expulsos de suas terras pela expansão da agricultura e da pecuária comerciais. No Norte, cidades surgidas praticamente do nada em torno das empresas mineradoras concentravam uma massa de operários nada satisfeitos com os baixos salários e com o fato de as companhias reservarem os melhores empregos a estrangeiros. Como se não bastasse, até as elites provinciais estavam contrariadas com a perda de poder acarretada pela chegada das multinacionais, que passaram a controlar setores econômicos antes monopolizados por elas. A situação era insustentável. Algo precisava mudar. E a mudança veio: no dia 20 de novembro de 1910 eclodia a primeira revolução social do século XX. O estopim do movimento foi a indignação popular diante do anúncio de que Porfírio Díaz iria se candidatar à sua oitava reeleição. A luta contra o continuísmo político aglutinou diversos setores da