A luta - os sertões
A última seção é dedicada a mostrar as varias expedições do exército contra Canudos e a conseqüente resistência sertaneja. É o momento em que as ações humanas ganham papel central, sendo quebrada a arbitrariedade dos esquemas deterministas.O texto ganha intensidade dramática e se transforma numa sucessão de eventos nos quais se misturam a coragem, a violência e a barbárie da guerra e a escrita euclidiana ganha força épica.Após historiar os antecedentes da luta, Euclides fixa-se, particularmente, na quarta expedição, comandada por Artur Oscar. Faz-se um balanço dos erros táticos cometidos pelos oficiais do exercito: problemas de abastecimento, falta de mobilidade e adaptabilidade às condições do terreno, utilização de formas clássicas e convencionais de guerra contra um inimigo que agia segundo estratégias guerrilheiras, etc. Ao mesmo tempo destaca a determinação e a coragem dos sertanejos. Conhecedores do terreno, defendendo a “justa causa”,os conselheiristas impuseram à luta um ritmo que lhes era mais favorável.Mas o texto alcança, talvez, suas paginas mais memoráveis quando se dedica a mostrar os últimos dias de Canudos, a resistência final dos conselheiristas. Cercados, dinamitados, bombardeados, doentes, famintos,alquebrados pela longa jornada guerreira, os sertanejos, a cada vez que pareciam batidos, ressurgiam como “mortos-vivos”. É, sobretudo neste momento que os juízos preconceituosos e condenatórios das partes iniciais de “Os Sertões”transformam-se em admiração e respeito pelos sertanejos: “
Sucedeu então um fato extraordinário de todo em todo imprevisto. O inimigo desairado revivesceu com vigor incrível. Os combatentes, que o enfrentavam desde o começo,desconheceram-no. Haviam-no visto, até aquele dia, astucioso negaceando na maranha das tocaias, indomável na repulsa às mais valente cargas, sem par na fugacidade com que se subtraia aos mais improvisos ataques. Começaram a vê-lo heróico.”
A resistência fabulosa dos “ rudes patrícios indomáveis