A linguagem no mundo de nell
579 palavras
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O filme Nell trata da história de uma pessoa que viveu isolada junto com sua mãe em uma floresta, distante da cidade e do contato com a zona urbana. Após a morte de sua mãe, a personagem Nell passa a viver sozinha. O enredo do filme mostra a tentativa do médico Jerome Lovell e da Psicóloga Paula Olsen civilizar Nell. Todos os personagens do filme, em princípio, consideram Nell uma selvagem e atribuem a ela a não civilização, um comportamento distinto do deles, uma falta de cultura e sociabilidade; enfim, os vários requisitos, para se viver em sociedade, sob o padrão deles, a personagem não apresentava. Porém ao se considerar, por exemplo, os rituais que Nell praticava, como a maneira como sepultou sua mãe ou a sua ida ao rio à noite para banhar-se ou mesmo o retorno ao local onde sua irmã tinha sido enterrada , não se pode considerar que ela não possui cultura. Ao contrário, ela, mesmo isolada, mantinha a tradição cultural de seu grupo, qual seja, sua mãe e sua irmã. Quando os personagens Jerome e Paula pensam numa classificação para Nell como deficiente mental, fica explícita sua visão de que alguém com comportamento diferente do que se considera normal , pelo seu grupo social, é classificado como anormal . Entretanto, após uma certa convivência com Nell, tanto o médico quanto à psicóloga, percebem que ela não apresenta qualquer tipo de deficiência, apenas ela tem uma linguagem diferente.
A cena do julgamento, ao final do filme, chama à reflexão desses aspectos, posto que Nell mostra a todos naquela audiência o quanto ela é um ser humano , ainda que tenha vivido em condições diferentes das de todos ali. Ela demonstra todo seu carinho, seu medo, sua angústia, sua vontade, e , sem nem mesmo falar a língua que os outros queriam que ela falasse, nesse caso, o inglês. A personagem prova que a linguagem humana é universal, que os sentimentos e tudo o que está em torno deles são universalmente produzidos pelo homem. Isto é, não é pelo fato de Nell ter vivido isolada