A LINGU STICA TEXTUAL E SUAS FRONTEIRAS
Desse modo, o campo científico denominado linguística textual nasce de um intenso e extenso esforço teórico que defende que toda a linguística é, necessariamente, linguística de texto (KOCH, 2009; 2007; 2006; DIJK, 1972; MARCUSCHI, 1983). Tal visão e método científicos confrontam-se e opõem-se fortemente ao campo teórico da linguística estrutural, movimento pioneiro e demarcador dos estudos linguísticos no parâmetro científico, que teve seu período de ascensão e reconhecimento do final do século XIX até a metade do XX, aproximadamente, e que traz como fundamentos balizares as ideias postuladas pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure. Saiba que, em razão de seu crescente avanço, desenvolvimento e sucesso, a linguística estrutural acabou chamando a atenção de outros olhares teóricos, também relacionados à linguagem, para além do formalismo estruturalista (história, antropologia, sociologia, etnometodologia, psicologia etc.) e, assim, cresceu ainda mais a necessidade de ampliar seus domínios, bem como o interesse em sanar possíveis lacunas e insuficiências dessa ciência-piloto, afinal uma ciência nunca está fechada, pronta e acabada!
Nesse sentido, a partir da década de 1960 surgem lugares de ruptura na fronteira com o estruturalismo linguístico e ocorrem dissidências, constituindo (a partir de vários aspectos teóricos lacônicos, insuficientes, pouco explorados, marginalizados etc.) novos campos teóricos