A lenda da atlântida
Há muitos, muitos anos, teria existido a meio do oceano uma grande ilha ou mesmo um continente, chamado Atlântida. Era uma terra maravilhosa, com clima suave, grandes bosques, árvores gigantescas e planícies tão férteis que davam duas ou mais colheitas por ano. Nas grutas abrigavam-se animais selvagens e pelos montes corriam manadas de cavalos brancos. Os atlantes eram ricos, poderosos e muito civilizados. Construíram cidades fantásticas. Os palácios e templos tinham as paredes cobertas de marfim e de metais preciosos como ouro, prata e estanho. Havia também jardins, ginásios, estádios ricamente decorados com belas estátuas. Nos portos abrigavam-se milhares de navios. As joias eram fabricadas num metal que só eles possuíam, o oricalco, mais valioso do que o ouro. Houve uma época em que o rei da Atlântida conseguiu dominar várias ilhas em redor, grandes extensões da Europa e uma parte do norte de África. Mas acabou sendo derrotado pelos gregos de Atenas. A Atlântida desapareceu devido a um tremor de terra violentíssimo. Foi engolida pelo mar numa só noite. Há quem diga que os únicos vestígios deixados à superfície foram pastas de lodo.
Mas também há quem garanta que os cumes das montanhas ficaram de fora transformados em ilhas e que essas ilhas são os Açores. Na Antiguidade, as notícias a respeito da Atlântida passaram de boca em boca durante muitas gerações. O primeiro que as registou por escrito foi um pensador grego chamado Platão, que viveu no século V antes de Cristo. Depois, muita gente escreveu a respeito do continente desaparecido. No início do nosso século já havia mil e setecentos livros publicados sobre o assunto e raro é o ano em que não aparecem estudos, artigos em jornais e revistas, livros variados.
Certas associações continuam a procurar desesperadamente os restos da Atlântida no fundo do mar.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada,
Uma Aventura nos Açores (texto adaptado)