A jangada de Pedra e a Geração da Utopia - Saramago e Pepetela
por
Renata Martuchelli Tavela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2010/2 Sumario
1. Introdução
2. A Jangada de Pedra
2.1 A Jangada x A Europa
2.2 A questão da identidade portuguesa
2.3 A própria arte
2.4 Ainda há esperança
3. A Geração da Utopia
4. A Jangada e A Geração
5. Conclusão
6. Bibliografia
1. Introdução
A ficção pós-moderna acentua a importância da literatura para a história. Segundo o teórico Walter Benjamin (1994: 231), a literatura movimenta os fatos históricos, utilizando a historicidade ao contrário da historiografia, que utiliza o historicismo. Essa historicidade possibilita que os fatos sejam contados simultaneamente e da maneira como eles realmente o são, visto que a história não pertence a um tempo homogêneo e vazio, mas um tempo saturado de “agoras”. Um tempo aberto, logo, sempre com uma possibilidade de transformação e de múltiplas interpretações. Não há uma verdade absoluta, uma única versão dos fatos históricos, e muito menos algo sólido, previsível. E a Metaficção historiográfica, vai dialogar com esses dois pólos “aparentemente” opostos, ao mesmo tempo em que trata de si mesma, da própria arte, usando-se de vários recursos, entre eles a intertextualidade, a ironia, podendo utilizar-se do “insólito”, tudo isso, pela via de um olhar contestador. Assim o presente trabalho objetiva comparar os romances A Jangada de Pedra, de José Saramago, e A Geração da Utopia, de Pepetela, por meio dessas relações e limites entre a literatura e a historiografia. Para tal intuito, como aporte teórico