A intertextualidade de fita verde no cabelo e chapeuzinho vermelho
A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. Em virtude de tal fato é possível afirmar que todo texto é um mosaico de citações e ou uma retomada de outros textos, acarretando desde uma simples vinculação a um gênero, até a retomada explícita de um determinado texto. Nos dois textos, Fita Verde no Cabelo e Chapeuzinho Amarelo, é marcante a presença de elementos intertextuais como o pastiche e a paródia. Tanto Chico Buarque quanto Guimarães Rosa tem a intenção de dialogar com o conto Chapeuzinho Vermelho, mas essa intencionalidade tem por propósito a busca pela subversão das interpretações possíveis do texto-base escrito pelos irmãos Grimm e Perrault. Ao escreverem Fita Verde no Cabelo e Chapeuzinho Amarelo, seus respectivos autores utilizam uma forma de apropriação (ou até mesmo de reconstrução) que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompem com ele abertamente, satirizando-o. Esse procedimento acarreta em uma prática muito comum na literatura, a paródia. Um exemplo importante de paródia nos contos, e que tanto em Chapeuzinho Amarelo quanto Fita Verde no Cabelo o elemento parodístico já se apresenta nos próprios nomes de cada conto, afinal há uma evidente alusão ao nome Chapeuzinho Vermelho de forma satírica, o chapeuzinho que era vermelho agora é amarelo de medo, e a fita, no cabelo, é inventada e da cor verde. Por conta da presença marcante do elemento parodístico ao longo dos dois contos, Guimarães e Buarque saturam (através da sátira) a tal ponto Chapeuzinho Vermelho que ocasionará em uma perda da eficiência do conto europeu, levando a imitação ao exagero, e por conseqüência o resultado final será uma nova significação para os seus respectivos textos. Esse esvaziamento e a posterior reconstrução é conhecida como pastiche, e em ambos os textos é o que acaba por ocorrer. Fica claro para o leitor e para o estudioso o diálogo entre os três