Intertextualidade
Há uma relação entre “Fita verde no cabelo” e Chapeuzinho Vermelho. Guimarães Rosa, para escrever a sua narrativa foi buscar elementos no famoso conto infantil. É como se os dois textos dialogassem entre si. Esse fenômeno de incorporar fragmentos de discursos de outros no nosso é comum. Por essa razão, podemos afirmar que um texto é, geralmente, polifônico (de poli = vários e fono = voz, som), ou seja, formado de várias vozes, pois nele ressoam outros discursos além da voz do autor. Trata-se de um fenômeno como uma rede em que vários fios das vozes se entrecruzam.
Tais vozes fazem o texto dialogar com outros textos, em um fenômeno que denominamos intertextualidade, ou seja, a interação de um texto com outro(s) texto(s). Chapeuzinho Vermelho estabelece uma relação intertextual com “Fita verde no cabelo”. Isso ajuda a entender porque no subtítulo se fala de “nova velha estória”. Todo bom escritor dialoga com as outras leituras na hora de escrever. Não se esqueça disso, para você escrever bem, você precisa ser um bom leitor, que faz uso de seu repertório de leituras na hora de escrever.
Intertextualidade é um recurso de escrita quando um autor usa situações , falas ou mesmo frases e versos de outros autores, muitas vezes, até sem citar a fonte.
Guimarães Rosa, na sua narrativa, não se limitou a contar a mesma história com outras palavras. Ele fez alguns questionamentos bem profundos e criativos em seu texto. Ele lançou no seu texto um jeito todo pessoal de olhar. Trocou um chapeuzinho vermelho por uma fita verde para mostrar uma outra história de crianças que passam pelo processo de amadurecimento. Crescer emocionalmente requer equilíbrio entre as doses de esperança e as perdas e frustrações.. Algumas são decorrentes das escolhas que vão sendo feitas pela vida, como quando escolhemos um caminho, uma profissão ou a escola onde queremos estudar. Enquanto outras são inevitáveis como a morte.
Agora, vamos ampliar ainda mais a nossa compreensão da