A Interdisciplinaridade em equipes de saúde
Ser um profissional de saúde significa envolver-se profundamente com o ser humano, tanto com o paciente quanto com os outros profissionais. E falar de envolvimento entre pessoas é falar em sentimentos diversos como afeto, competição, respeito, solidariedade, compaixão, rejeição, inveja, vaidade, e tantos outros. Mas é também falar em complexidade, multiplicidade, interação e isto significa entrar no campo da interdisciplinaridade. Trabalhando com equipes de saúde há mais de 10 anos, o tema da interdisciplinaridade sempre se fez presente na minha prática, assim como também sempre foi muito instigante. Sendo assim, pretendo expor, de maneira bastante sucinta, passando um pouco pelas áreas da filosofia, da educação, da saúde, da psicologia, da psicanálise, e da psicossomática, o que vem a ser interdisciplinaridade para os tempos modernos, especialmente em instituições de saúde como hospitais, ambulatórios, clínicas e postos de saúde.
Entre os autores pesquisados, é praticamente uma unanimidade a constatação de que há uma enorme e crescente especialização e fragmentação do conhecimento nos dias atuais. Tal característica dá lugar à proliferação do conhecimento e este é rapidamente dividido em áreas isoladas, que não interagem entre si, resultando num fenômeno denominado disciplinaridade. É importante lembrar que estou me referindo aos meios acadêmicos, às universidades e faculdades onde adquirimos nossos conhecimentos teóricos. Portanto, acredito que todos nós, continuamente, verificamos a multiplicação de disciplinas nas universidades e centros de pesquisas, e deparamo-nos com diversos e crescentes desafios decorrentes deste pensamento fragmentado de mundo. Só lembrando que desafio é para nós (ou pelo menos para mim) aquilo que faz parte do dia-a-dia, uma constante, o que nos move e nos permite estarmos reunidos aqui hoje para dialogar, aprender e transmitir através da prática.
Gostaria de destacar que nós,