A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO KARATÉ
(PIRES, 2003, pp. 13; 45; actualizado: 2005, pp. 27; 119).
Esta dimensão institucional no conceito operacional de desporto, situa as normas, valores e símbolos de uma organização de pessoas, numa entidade que denominaremos comunidade intencional. Para este estudo, não nos é essencial por si só a entidade jurídica, administrativa ou outra. Interessa-nos, em primeiro lugar, situar as operações sociais de definição de uma identidade própria para fins de prática desportiva e, no caso presente, de Karaté. O conceito de instituição procura ser explorado numa perspectiva fenomenológica onde se “salienta o modo como os indivíduos criam ou adaptam as instituições”, integrando, interpretando e superando, quando possível, a perspectiva funcionalista que “tem visto as instituições como respostas às necessidades dos indivíduos ou das sociedades” 1.
O objecto de estudo é a materialização institucional da motricidade humana no desporto Karaté e a área de estudo é a Gestão do Desporto.
Para DRUCKER (1909-2005), recentemente perdido para a eternidade, a gestão deveria ser vista como uma função social, e a sua tarefa fundamental, a mesma:
Tornar as pessoas capazes de um desempenho conjunto, através de uma partilha de objectivos comuns, valores comuns, uma estrutura certa, e do desenvolvimento e treino de que necessitam para se adaptarem à mudança (DRUCKER, 2001, p. 4)2.
Pressupõe-se, assim, pelo objecto de estudo definido e pela área de estudo em questão, a comunidade intencional no Karaté como fenómeno social de materialização institucional entre actores sociais. Pressupõe-se também, desde logo, que o aspecto essencial dessa comunidade intencional é a prática de Karaté, em coerência com o modelo de análise institucional que temos vindo a construir desde 1987 (FIGUEIREDO,
1987), mas que inicia o seu