Humanizacao
A humanização é hoje um tema frequente nos serviços públicos de saúde, nos textos oficiais, congressos de saúde e nas publicações da área da saúde coletiva
Publicado em 05/03/2013, às 15h18
Bruno Severo Gomes*
O cuidar supera um ato, uma ação mecânica ou automatizada
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Há alguns anos, quando o assunto humanização chegou aos serviços de saúde, a reação dos profissionais de saúde foi variada. Algumas pessoas (que já desenvolviam ações humanizadoras) sentiram-se finalmente reconhecidas e encontraram ainda mais motivação, mas a maioria (que não fazia a mínima ideia do que se tratava) reagiu sem dar muita importância. Humanizar os serviços soava como um insulto. Entretanto, tão logo se começava a discutir a humanização como o processo de construção de uma ética relacional que recuperava valores humanísticos esquecidos pelo cotidiano institucional ora acelerado, ora desvitalizado, ficava claro a importância de trazer tal discussão para o campo da saúde. Humanizar entra em cena como uma garantia do sensibilizar com uso da linguagem, toque, olhar, palavra e encontro com o outro e a sua dignidade ética.
Então onde entra a palavra e o encontro com o outro? Para que o sentimento humano, as percepções de dor ou de prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro. A humanização depende de nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo com nossos semelhantes. Humanizar a assistência à saúde é dar lugar não só à palavra do usuário como também à palavra do profissional de saúde, de forma que tanto um quanto outro possam fazer parte de uma rede de diálogo. A humanização em saúde é resgatar o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas em todo relacionamento humano.
É através do corpo que a pessoa se sente fragilizada, pois a doença instala o estresse, os próprios valores