A influência do TDAH nas relações afetivas
Durante muito tempo, falar em "habitantes do mundo da lua" e "bichos carpinteiros" imediatamente nos fazia lembrar daquelas figurinhas que, merecedoras deste ou daquele apelido, incomodavam nossas vidas. Essas crianças, que sabemos hoje serem portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), têm dificuldade em controlar sua atenção, sua impulsividade e sua hiperatividade. Segundo o psiquiatra Russell Barkley, uma das maiores autoridades americanas em TDAH, a atividade cerebral que comanda a inibição do comportamento, a auto-organização, o autocontrole e a habilidade de inferir o futuro está prejudicada por um metabolismo deficiente dos neurotransmissores, levando à incapacidade de administrar eficazmente os aspectos críticos do dia a dia. Pensando desta maneira, veremos que essa definição tanto pode se referir a crianças como a adultos, e é exatamente essa a conscientização que vem ocorrendo nas últimas décadas.
A partir dos anos 70, os cientistas começaram a perceber que o TDAH não desaparecia com a adolescência. Na realidade, 70% das crianças diagnosticadas com o transtorno carregam os sintomas para a vida adulta. Freqüentemente, os sintomas básicos - desatenção, impulsividade, hiperatividade - acabam se tornando menores e menos sérios do que os problemas causados por falta de diagnóstico e tratamento na infância ou adolescência. Em adultos com TDAH, é bastante comum a instabilidade de humor, problemas no trabalho, dificuldades nas relações interpessoais, depressão, abuso de substâncias químicas e comportamento de risco como decorrência das dificuldades originadas por esse transtorno.
As Relações Interpessoais
Entre os vários problemas de origem neurológica ou psiquiátrica, é possível que o TDAH seja o que mais ocasione dificuldades no relacionamento homem-mulher.
A incapacidade fundamental de prestar atenção leva a um comportamento considerado tipicamente masculino: não ouvir, não