a influençia do pensamento de gramsci no serviço social
Embora a obra gramsciana não contemple uma exaustiva discussão sobre as determinações econômicas, encontramos elementos que nos ajudam a compreender a realidade presente. A obra é marcada pelo estudo dos fenômenos superestruturais, da política e da cultura e suas expressões da ordem capitalista. Gramsci colabora, para a crítica ontológica do ser social que não a estritamente econômica. Discutir as determinações sociais e políticas do real no plano da totalidade significa, trazer o debate sobre a cultura, não compreendida. Nada mais concreto, para Gramsci, do que discutir a cultura política em um país como a Itália. Ideologia da Igreja e da mentalidade católico-jesuítica que criou uma postura de passividade, subserviência e conformismo. Discutir a cultura e a política hoje, à medida que o estágio do capitalismo vem provocando transformações significativas no plano da superestrutura. As manifestações culturais, tendências políticas e socioculturais fortalecedoras de ações corporativas, individuais e despolitizantes. A discussão da cultura constitutiva do ser social é recuperada por Gramsci em seu sentido coletivo e não individual. Para ele, crítica significa cultura e cultura não significa a simples aquisição de conhecimentos, mas sim tomar partido, posicionar-se frente à história, buscar a liberdade. A cultura está relacionada com a transformação da realidade, uma vez que através da “conquista de uma consciência superior (...) cada qual consegue compreender seu valor histórico, sua própria função na vida, seus próprios deveres” (Gramsci, 1975:24). “Pode-se empregar o termo catarse” – escreve Gramsci – para indicar a passagem do momento meramente econômico (ou egoístico-passional) para o momento ético-político, na consciência dos homens. Isso significa também, a passagem do “objetivo ao subjetivo”. Sair da passividade, para Gramsci, é deixar de aceitar a subordinação que a ordem