A INFANTILIZAÇÃO DA MELHOR IDADE

444 palavras 2 páginas
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

A INFANTILIZAÇÃO DA MELHOR IDADE

AIRTON RUSCHEL JÚNIOR

Um dia meu pai me disse uma frase que pretendo nunca esquecer: “Não me importo o quanto vou viver, mas sim como irei viver”. Essa frase reflete bem a angustia em que vivemos nos dias de hoje. Com o avanço da medicina, estamos morrendo cada vez mais velhos, e a expectativa de vida aumentando consideravelmente em nosso país. O que era pra ser uma boa notícia acaba se tornando um sofrimento para o idoso e para sua família. A medicina descobriu como fazer o homem viver mais, mas ainda não descobriu como viver mais e com qualidade de vida. A infantilização do idoso não é novidade. Todos conhecemos alguém que, em algum momento da sua velhice, não teve mais condições de se cuidar sozinho. Então a família se mobiliza para cuidá-lo, ou simplesmente o interna em um asilo para que possa ter toda a atenção devida. E o por que desse cuidado? Porque depois de décadas de vida, aquela pessoa saudável, pro ativa e cheia de sonhos simplesmente não consegue mais viver sozinho. Precisa de ajuda para levantar, ir ao banheiro, fazer suas refeições e se exercitar. Exatamente como uma criança. A grande e dolorosa diferença é que, a mente, na maioria das vezes continua sã. E como uma pessoa que até bem pouco tempo atrás vivia por si só lida com a dependência? Muitas vezes com depressão. Meu Avô por parte de pai sempre foi uma pessoa ativa. Até os 70 anos subia em telhados, consertava carros e visitava os amigos diariamente. Foi nessa época que minha Avó apresentou os sintomas do Alzheimer. A doença dela exigiu tanta atenção que meu Avô desenvolveu uma doença por stress. E mesmo depois da morte dela, ele não conseguiu se recuperar. Entrou em depressão e passou seus últimos 7 anos em uma cama. E, apesar dos médicos insistirem que clinicamente ele não tinha mais doença alguma, não

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