A indústria cultural e seus aspectos
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A indústria cultural está presente na vida cotidiana da população e exerce uma forte influencia sobre ela. O seu caráter manipulador (e conservador) já foi denunciado inúmeras vezes. A visão ingênua da indústria cultural que a julga uma manifestação dos interesses do conjunto da sociedade, um produto dela e, por isso, um meio de comunicação que exerce uma ação benéfica sobre a população, reproduzindo o que ela quer ver. Uns dizem que a indústria cultural é expressão da dominação burguesa e da alienação. Ela tira das "classes subalternas" a possibilidade de elaborarem uma cultura própria e crítica, pois a comunicação de massas é uma "rua de mão única" onde fora os números do ibope não existem nenhuma atuação do público sobre os meios de comunicação. Esta interpretação da indústria cultural tem sua origem nas análises clássicas de Adorno e Horkheimer. Para estes representantes da Escola de Frankfurt, a indústria cultural nega aos consumidores aquilo que lhe promete. Ela é uma fábrica de ilusões e de consumo superficial (Adorno & Horkheimer, 1986; Jay, 1988). Estes autores, os primeiros a utilizar o termo "indústria cultural", fazem uma severa crítica a ela. Segundo Adorno, "a indústria cultural é a integração deliberada, a partir do alto, de seus consumidores" (Adorno, 1977, p. 287). O lucro e a lógica da produção capitalista realizam a mercantilizarão da arte e da cultura, produzindo "mercadorias culturais": "As mercadorias culturais da indústria se orientam, como dissertam Brecht e Suhrkamp há já trinta anos, segundo o princípio de sua comercialização e não segundo o seu próprio conteúdo e sua figuração adequada. Toda a práxis da indústria cultural transfere, sem mais, a motivação do lucro às criações espirituais. A partir do momento em que essas mercadorias asseguram a vida de seus produtores no mercado, elas já estão contaminadas por essa motivação. Mas eles não almejavam o lucro senão de forma mediata, através de seu caráter