A indústria brasileira
O Brasil, a partir de 1930, passou por amplo processo de industrialização, que trouxe profundas conseqüências em termos de mudança na estrutura produtiva e nos modos de vida da população.
A dinâmica industrial brasileira foi em geral pautada pelas necessidades de consumo, seguindo etapas mais ou menos definidas. Os investimentos, em termos setoriais, foram se dando em “blocos”, de acordo com as necessidades da demanda e com as possibilidades de materialização dos investimentos (condições da acumulação: escalas necessárias, existência de financiamento etc.).
Antes de 1930, as indústrias existentes surgiram nas “franjas” da economia cafeeira, ou seja, de acordo com as necessidades de atender a um mercado consumidor incipiente, surgido com o processo de imigração e a renda dos trabalhadores ligados ao setor agrário-exportador. Duas correntes principais visam explicar a origem da indústria brasileira neste período:
a teoria dos choques adversos; a industrialização induzida por exportações.
“Teoria dos Choques Adversos - a indústria surgiu no Brasil como uma resposta às dificuldades de importar produtos industriais em determinados períodos. Como exemplo, poderíamos citar a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão dos anos 30. Nestes momentos, em que se diminuía o valor das exportações, grava-se um protecionismo, que aumentava a rentabilidade da indústria. Assim, passava-se a produzir internamente, com vistas a suprir a falta de importações.
Industrialização Induzida Por Exportações - a indústria apareceu nos momentos de expansão da economia cafeeira. Segundo esta, nestes momentos ocorria expansão da renda e do mercado consumidor, através do aumento da massa salarial, bem como aumentava a oferta de divisas necessárias à importação de equipamentos industriais para investimentos”. (PEREIRA, 1977, pp. 156-157)
Em ambas, a indústria surge para atender às necessidades da economia cafeeira. Na primeira, é a crise do setor