A INDuSTRIA DO CONTROLE DO CRIME
Quase 600 mil pessoas estão presas no Brasil. Temos a quarta maior população carcerária do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos (2,2 milhões), da China (1,6 milhões) e Rússia (740 mil). Contanto a prisão domiciliar, o Brasil se encontra na terceira posição; O caráter racial da violência é explicito: enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36,5 por 100 mil habitantes, no caso de brancos, a relação é de 15,5 por 100 mil habitantes.
Para suportar esses 600 mil detentos, existem 340 mil vagas em penitenciárias. Entre 1992 e 2012 o Brasil aumentou em 380% sua população carcerária. Não bastasse a lástima da violência tradicional, promovida pelo Estado por suas próprias mãos, percebemos agora o interesse privado sobrepondo direitos humanos e subjugando vidas em razão do lucro.
O início dos presídios privados no Brasil: Quanto mais presos, maior o lucro, uma vez que o Estado paga a penitenciária por preso. Para que o lucro seja possível, os administradores cortam ao máximo os gastos. Na primeira penitenciária privada desde a licitação, o Estado garante 90% de lotação mínima e seleciona os presos para facilitar o sucesso do projeto. Algumas cadeias no Brasil adotam serviços terceirizados, como alimentação, saúde, entre outros. Para acompanhar o ritmo do aumento da violência, e confortar o sentimento de segurança por parte da população, as empresas de segurança privada vêm experimentando um crescimento histórico. De 2002 a 2012 surgiram quase mil empresas novas no setor. As quais movimentaram no ano de 2012 cerca de 36 bilhões de reais e empregam formalmente cerca de 700 mil trabalhadores. O que demonstra um setor que experimenta altos rendimentos em fator da fragilidade por parte do Estado em garantir a segurança.
Por fim, citando a obra "A Indústria do Controle do Crime" do escritor norueguês Nils Christie, o crime, a despeito de seus inúmeros aspectos negativos é um ramo industrial altamente lucrativo, como também o são as