A imprensa e as eleições
Aproxima-se o dia das eleições. É possível, provável até, que a candidata governista liquide a fatura no primeiro turno.
Nas últimas semanas, como sói acontecer nesses períodos, recebemos inúmeras mensagens de gente manifestando seus pontos de vista, dizendo quão absurdo é votar em X ou Y, e que W é que é confiável/competente/gente fina.
Venho, portanto, manifestar meu ponto de vista, acima de tudo porque tenho a apavorante sensação de que tem muita gente inteligente que não se deu conta de uma série de fatos (e não opiniões ou rumores ou achismos) que parecem-me assaz relevantes.
O papel da imprensa no Brasil
Desde meados do século passado, os principais meios de comunicação 'influenciam' decisivamente os rumos do Brasil. Quando os militares depuseram o presidente em 1964, implantando uma ditadura que duraria mais de duas décadas e prenderia, torturaria e assassinaria milhares de pessoas, foram saudados com editoriais efusivos dessa imprensa – se quiser ouvir alguns desses textos, eis um pequeno apanhado.
Quando, finda a ditadura (que a Folha de São Paulo, candidamente, chama de ditabranda), pudemos votar para presidente, os candidatos eram Lula e Collor. Fernando Collor era um desconhecido membro de uma família de Alagoas, proprietária da retransmissora da Globo naquele estado. Dentre tantos absurdos daquela eleição, lembro-me da inacreditável capa da Veja (Collor de Mello: o caçador de marajás) e da vergonhosa, odiosa edição do debate feita pela Rede Globo para o Jornal Nacional, favorecendo descaradamente Collor. Uma vez eleito, não demorou muito para que a mesma imprensa se desse conta do tamanho do absurdo que perpetraram, elegendo um delinquente para governar o país. Passaram então a uma campanha, evidentemente bem sucedida, para derrubá-lo.
Há alguns anos, cunhou-se a sigla PIG (Partido da Imprensa Golpista) para se referir a esta soturna grande imprensa, que tem como principais representantes a Folha de São Paulo