A Import Ncia De Produzir Vacinas
Quando surgiu o vírus da influenza H1N1, semelhante ao que, em 1918, matou 50 milhões de pessoas, o mundo se assustou. Todas as crianças, mulheres grávidas, idosos e o pessoal da saúde teriam que ser vacinados, mas não havia fábricas para atender a todos. - Contextualização
Os países mais avançados, onde estavam os centros de produção, reservariam as vacinas para a sua própria população! Mais de uma vez, nas reuniões da Organização Mundial da Saúde, fui o porta-voz da população que vivia nos países em desenvolvimento, que não poderia para pagar US$ 10 por uma vacina. (Passado o perigo, o preço caiu a um terço para uma vacina tripla.)
Fiz ver que o Primeiro Mundo afundaria junto sem sem matérias-primas nem mercado. Generosamente, o cartel de poucas empresas reservou um décimo da produção para dois terços da humanidade.
A influenza H1N1 rapidamente se espalhou pelo globo e, mesmo menos agressiva, ainda mata muitos.
Poucos anos antes, o alarme surgira com a influenza aviária H5N1, que matou poucas pessoas, mas poderia ter atingido milhões se não tivesse havido controle. O Vietnã matou todos os seus frangos e patos. Se o vírus tivesse alcançado o Brasil, teríamos destruído uma indústria que produz 6 bilhões de frangos. Teríamos eliminado milhões de empregos e um dos principais produtos de exportação, e o Primeiro Mundo teria ficado sem frangos.
O Butantan se adiantou. Montei, em regime de emergência, num prédio com mais de 50 anos, um piloto que começou a treinar técnicos e produzir a vacina H5N1 em caso de algum viajante trazer o vírus. Construímos uma fábrica, que, como todos os projetos públicos, levou anos para ser erguida. Ela deveria produzir a vacina, que muda a cada ano, para aplicação em idosos.
Enquanto a fábrica não estava pronta nem aprovada pela Anvisa, formulamos três sorotipos de vacinas importadas a granel para fornecer cerca de 200 milhões de doses ao Ministério da Saúde.
Finalmente, em 2012, produzimos 15 milhões de