A Imaginação e a Paixão em Hume
“As paixões têm antes por efeito a restrição do alcance do espírito, a sua fixação em idéias e objetos privilegiados. Pois o fundo da paixão não é o egoísmo, mas, o que é ainda pior, a parcialidade: nós nos apaixonarmos inicialmente por nossos pais, nossos próximos e nossos semelhantes (causalidade, contigüidade, semelhança restritas). E isso é mais grave do que se fôssemos governados pelo egoísmo. (…)” Hume.
As coisas somente são belas de acordo com o olhar, as sensações e as impressões de cada indivíduo, portanto é um fenômeno subjetivo. Daí o conceito de paixão em Hume. Esta é a subjetividade que limita cada pessoa e aprisiona o espírito de acordo com o descontrole da paixão. Tornamos-nos presas de um sentimento poderoso, vivido por cada um de nós.
Segundo Hume, a paixão é pior que o egoísmo por apresentar parcialidade e restringir nossa percepção geral de mundo. Assim não podemos estender nossa ação em prol do bem comum, pois nos limitamos àquilo que nos interessa e não ao que realmente importa a todos.
É necessário que haja um autocontrole para que se possam resistir às turbulências da paixão. Diferentemente da paixão, podemos nos apegar ao bom gosto que não nos atrela as nuanças emotivas, que mesmo assim nos satisfaz sem que precisemos nos alterar.
Quando nos fixamos somente naquilo que nos apaixonamos (objetos, idéias) privilegiamos somente um aspecto que limita a imaginação e consequentemente o conhecimento.
A imaginação é provida de impressões e sensações variadas. A paixão diminui esta gama de possibilidades. Portanto nossa realidade torna-se prejudicada, pois quando a imaginação está sujeita a paixão fica incapaz de recriar outras realidades.
O papel do conhecimento é ampliar nossas faculdades de entendimento do mundo e criar capacidades para tornarmos imparciais.
A imaginação amplia o conhecimento e, sobretudo o domínio sobre nossas sensações. Aquele que se utiliza do conhecimento, dificilmente cai na