A homossexualidade, a igreja e os grupos evangélicos
Por Davi Lima de Freitas Campo Maior, PI, 12/09/2011
Há muito tempo que a abordagem do assunto homossexualidade me desafia, tanto como operador do direito, quanto como pensador e cristão. O assunto veio à tona com força em três ocasiões recentes: a campanha presidencial; o reconhecimento, pelo STF, dos direitos civis em uniões estáveis homo afetivas; e a posterior discussão do projeto de lei 122/2006 (na Câmara, Projeto de Lei 5003/2001), no senado, que criminaliza qualquer conduta julgada preconceituosa em relação aos homossexuais. Nas três ocasiões, o alarde foi geral, com os ecos das vozes contra ou a favor soando até hoje. Nas três ocasiões, igualmente, os ânimos se acirraram e as posições se radicalizaram. Mas o que mais me chamou a atenção, em todas as ocasiões, foi o posicionamento dos grupos religiosos, principalmente da Igreja Católica e dos evangélicos. Na campanha presidencial, pra variar, houve de tudo: desde o surgimento de uma suposta namorada da candidata Dilma, até a promessa solene de Serra de que vetaria qualquer lei que, no dizer dos líderes religiosos, amordaçasse os pregadores que bradam contra o homossexualismo. E-mails eram enviados desaconselhando o voto em Dilma porque ela seria a favor do casamento gay. Serra, mais hipócrita e cretino, desconversou, prometendo aos evangélicos que vetaria qualquer lei de teor homossexual, mas evitou condenar abertamente a união gay, de olho nos votos do seguimento. Baixaria e hipocrisia juntos, de mãos dadas, como sói acontecer sempre em eventos dessa natureza. No episódio do reconhecimento dos direitos civis em relações homo afetivas pela Suprema Corte brasileira, mais alardes, mentiras, hipocrisia, desinformações e informações desencontradas. Falou-se até que houve a legalização do casamento gay no Brasil e houve até gente celebrando casamentos em