A HOMOSSEXUALIDADE NOS POVOS INDÍGENAS DO SÉC. XVI

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Como a homossexualidade era tida nos povos indígenas do séc. XVI?

Como a homossexualidade era tida nos povos indígenas do séc. XVI?
Sodomitas, bestiais e nefandos. Essas, dentre outras alcunhas, eram as palavras que o colonizador português utilizava quando se referia às relações homossexuais entre os povos nativos. Sendo a própria sexualidade tida e vista com muito pudor à época, o contato carnal desagradava, e muito, principalmente, os jesuítas aqui chegados. Porém, mesmo com o espanto, alguns posicionaram o olhar para essa prática que perpassava o desejo e atração ao ser do mesmo sexo: era, muitas vezes, a própria interação.
Arraigados em uma cultura que possui diversas crenças e costumes, os índios viviam sob a égide do conforto espiritual: na dança, na caça, nos ritos e, também, no sexo. A imagem do indígena homossexual corrobora a dinâmica daquela sociedade recém-colonizada e suas peculiaridades, tal como relata Jean Léry Freire nos relatos da obra de Darcy Ribeiro, Casa Grande e Senzala, pag. 184, “ o homem efeminado ou mesmo o invertido sexual, comum entre várias tribos brasílicas”, ou seja, a liberdade enquanto identidade de gênero era denotada nessas sociedades.
Homens que, de fato, assumiam suas questões sexuais no entorno social indígena, tinham o total consentimento de exercerem funções femininas no agrupamento aborígene; podendo, também, se recolher como as mulheres para o período menstrual. É evidente que isso gerou a curiosidade dos portugueses, bem como de alguns religiosos da época, como o Pe. Manuel da Nóbrega, o qual, em 1549, escreveu que “muitos colonos tinham índios como mulheres segundo o costume da terra”.
Muitas eram as sociedades autóctones que praticavam a homossexualidade. Dentre elas, os Tupinambás, Tupinaés, Guaicurus – estes que haviam alguns índios travestis, chamados “Kudinas” -, entre outros. No Tratado Descritivo do Brasil, Em 1587, por Gabriel Soares, o escritor relata que os Tupinambás e

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