A história das havaianas
Este artigo tem como tema a marca Havaianas e é delimitado, ou seja, tem o objetivo de: saber como se dá a construção de um mito no slogan da marca Havaianas, “Havaianas: Todo mundo usa”?
Os estudos em publicidade mostram que, para qualquer campanha e/ou anúncio obter êxito, o público-alvo deve ser delimitado e especificado. Porém, na contramão da teoria, a marca Havaianas possui um slogan que generaliza o seu público e que parece funcionar.
E para que se formule a hipótese de construção de mito em Havaianas partimos de alguns questionamentos, como por exemplo, por que imaginamos que a Havaianas, com o “todo mundo”, esteja criando ou já tenha criado um mito; precisamos saber como se constrói um mito; se este modelo de construção se aplica à marca; se o “todo mundo” é demarcado pela presença do homem cordial, do “jeitinho brasileiro”, e se existe ou não o mito de “todo mundo” em Havaianas.
De acordo com o que afirma Barthes o mito utiliza o significante, o significado e o signo para construir e se instalar em um segundo sistema, ou seja, aquilo que primeiramente é signo passa a ser significante. E também conforme Petermann, é através destas relações significante-significado que um mito é construído: são os diferentes significantes que contribuem para a formação de uma imagem mítica.
E como é interessante que o jeito brasileiro, se aproxima do coração, é o “jeitinho”. Utiliza-se a sufixação diminutiva “inho” para designar o nosso modo de ser. Desta forma, a malandragem, a esperteza, a trapaça, a fraude, são minimizadas e tratadas apenas como um modo de conduta, desculpadas pela necessidade de adequação e sobrevivência.
Assim sendo os slogans das havaianas representam a trajetória da marca e, portanto, também, a construção mítica. Havaianas é “as legítimas, que não deformam, não soltam as tiras, não têm cheiro e que todo mundo usa”. Sendo assim,